A Mãe do Sr. Ministro

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Ana Bola vai ser “A Mãe do Sr. Ministro”

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A RTP1 bateu o martelo e decidiu avançar com a série de humor “A Mulher do Sr. Ministro”. Ana Bola, Manuel Marques, Vítor de Sousa e Eduardo Madeira são as principais caras deste projeto que será «um follow up do que tínhamos feito antes com “A Mulher do Sr. Ministro”, há quinze anos.

Zapping escreveu:

“A Mãe do Senhor Ministro” já tem data para estrear na RTP1
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"Só fazemos esta série porque temos todos muito boa vontade"

A série que fez sucesso na RTP1 está de regresso à antena do canal. Quase 20 anos depois da estreia, surge com uma história "refrescada", mas também com um orçamento mais baixo.

Foi há 19 anos que a RTP1 estreou A Mulher do Senhor Ministro. A série escrita por Ana Bola e à época realizada por Nicolau Breyner transformou-se, já no ano 2000, em Sra. Ministra. Agora, a atriz volta a dar vida a Lola Rocha num follow up daquelas duas produções. "A Mãe do Senhor Ministro estreia-se no próximo dia 21 de abril, tal como a RTP previu, mas eu até acho que nós já podíamos ter feito isto há muito mais tempo", começa por dizer a autora à Notícias TV.

Nesta nova série das Produções Fictícias, a personagem de Ana Bola "é a mesma de sempre, apenas 20 anos mais velha e mais refinada na sua maneira de ser", explica a atriz. "A primeira série marcou muito as pessoas, tanto que passa constantemente na Internet e na RTP Memória. Uma das maiores diferenças é que a personagem principal, a Lola Rocha, surge na história com um filho [Manuel Marques] que ninguém sabia sequer que existia - além dela e de uma prima -, e que faz que veja, mais uma vez, a oportunidade de voltar a aparecer nas revistas e de ser badalada", salienta Ana Bola.

Quase duas décadas depois da original, não é só o argumento que tem de se adaptar aos tempos modernos. Entre a série de 1994 e a que está a ser gravada há uma semana e meia, o elenco de atores refere também o baixo orçamento, o que obriga a um maior esforço da parte de quem a produz. "Nas outras séries gravávamos um episódio de 25 minutos em dois ou três dias, com calma. Agora, estamos a gravar capítulos de 40 minutos em apenas um dia, o que é uma coisa absolutamente impensável", confessa a autora. "Não há dinheiro para gravar os episódios como antigamente. É tão simples como isto. Nós só fazemos esta série porque temos todos muito boa vontade, porque estamos muito rodados e porque o realizador [Fernando Ávila] é muito hábil e está habituadíssimo a trabalhar depressa. Noutras circunstâncias seria impossível", lamenta Ana Bola.

Vítor de Sousa, que também faz parte do elenco desde A Mulher do Senhor Ministro, acrescenta que não é por esta ser uma série de humor e por se divertir durante as filmagens que acontecem na Venda do Pinheiro, lado a lado com o estúdio de A Tua Cara não Me É Estranha, da TVI, que os atores têm a vida facilitada. "Não é fácil. São muitas folhas, muitas palavras para decorar e dizer. E nós gravamos só à terça-feira. Chegamos de manhã cedo, fazemos uma passagem pelo texto com o realizador e com a autora, tratamos dos acertos e passamos ao décor para fazer as marcações antes de irmos almoçar. Depois, vestimo-nos, maquilhamo-nos e gravamos o episódio inteiro durante a tarde", enumera o intérprete do Ministro Rocha, "um banana, como sempre, mas que agora, 20 anos depois, já está para lá de Marraquexe..."

Já Manuel Marques, uma das novidades no elenco, prefere ironizar: "Ainda não vi o resultado final do primeiro episódio, que foi gravado na semana passada [26 de março], mas parece que foi feito com muito tempo, que ensaiamos muito... Diz que ficou muito bem [risos]", ri-se, ainda antes de entrar para as filmagens do segundo capítulo.

Manuel Marques interpreta António Augusto Aguiar, filho de Lola e ministro dos Assuntos Internos, Externos, Parlamentares e Afins do governo em funções. "Já começo a ficar com currículo de ministro", brinca o ator, que em Estado de Graça, também da RTP1, satiriza o ministro das Finanças Vítor Gaspar. "É totalmente diferente fazer esta série e fazer o Estado de Graça. Esta é mais ligeira. Aqui, tenho de me colocar na pele de um ministro. Na outra, é o Manuel Marques a fazer o boneco de um ministro que existe, não é nenhuma imitação", frisa.

Criticar sim, mas divertir é mais importante

Ao longo de 20 episódios, A Mãe do Senhor Ministro vai tentar divertir os portugueses. É este o seu principal objetivo. A sátira política e social, diz Ana Bola, não faz parte das suas principais intenções... apesar de saber que "nos tempos que correm há matéria até dizer chega. Tanta que até dá para fazer um diário". "Claro que haverá alguma crítica, mas é muito mais um divertimento para os espectadores do que uma chamada de alerta em tom de comédia. Tanto assim é que ela passará na RTP1 às sete da tarde, antes do Telejornal. É para toda a família. O Estado de Graça é mais incisivo, isto é ficção", acrescenta Ana Bola, rejeitando comparações com a britânica Yes Minister, da BBC. "Esta série passava à noite e realmente pretendia fazer crítica política, mas os ingleses têm um sentido de humor que nós jamais teremos. Aqui, vamos apresentar uma comédia para as pessoas se identificarem com algumas situações, porque, apesar de tudo, é assente na atualidade, mas serve sobretudo para distrair", explica a autora.

E o que dirá a nossa primeira-dama da personagem de Ana Bola, uma mulher que quer apenas status social e cujo grande sonho é chegar a primeira-dama. "Maria Cavaco Silva tem sentido de humor. Pode não ser enorme, mas algum há de ter. Se bem me lembro, nas outras séries cheguei a cruzar-me com ela e com Cavaco Silva, que já na altura era primeiro-ministro, e foram ambos muito simpáticos. Achavam a série muito divertida", recorda a atriz, garantindo que não se inspira em ninguém para lhe dar vida.

Quem também não se inspira em nenhuma figura política portuguesa em particular é Vítor de Sousa e Manuel Marques. "Eu interpreto um ex-ministro reformado, mas só tenho uma reforma e estou até muito preocupado com isso. Penso mesmo que sou o único ex-ministro totó. Tenho um negócio de catering, que é uma forma de subsistência, e neste sentido não dá para me inspirar em ninguém [risos]", diz o primeiro, enquanto o segundo é mais abrangente: "Inspirei-me em todos e em nenhum", aponta Manuel Marques.

Cada episódio de A Mãe do Senhor Ministro conta com um convidado especial. João Baião e Maria Vieira já estão confirmados.