Audiências de sexta 11-12-2020

já não há tabelas
quanto fez o extra

A minha visão sem preferências e clubismos dos números audiométricos deste ano:

Em primeiro dizer que não visto a camisola de nenhuma das estações, apenas olho para os números e gosto de os analisar, de pensar e criar para televisão.
O ano de 2020, foi de facto diferente nas nossas vidas, mas revelou-se muito importante para a televisão e para o futuro da mesma. Durante o confinamento provou que encurta distancias, liga pessoas e mantem o contacto com os que estão isolados e sozinhos na vida, essa é uma das missões da televisão. Entreter, informar, aproximar e dar sentimentos são as palavras que na minha opinião definem o conceito de TV. Mas importa perceber este ano, porque prova que ele não vai morrer, mas também pode e deve reinventar-se, o confinamento trouxe um aumento do consumo televisivo, mas as audiências não cresceram, bem pelo contrário o que prova que as pessoas estão também, a migrar para outros espaços de ver televisão e os canais devem seriamente pensar nisso.

Agora, no que toca a audiências, se a SIC deve festejar um ano na liderança, pode começar a preocupar-se com o futuro e mostrar aos espectadores o que pode fazer por eles. Este ano indica uma aproximação bastante elevada da TVI à SIC, pois foi o único canal que cresceu e anda agora em média com de 4 a 6 pontos de diferença. Deixou para trás os 14/15 pontos que chegou a ter, e a isso deve não só ao Big Brother 2020, como agora às novas apostas que são mais do que Cristina Ferreira.

Desta feita, acho que a SIC está a cometer um erro feito pela TVI em tempos e que pode revelar-se fatal, mas se não acontecer, cá estou eu para dizer o contrário. O erro é que já passaram 9 meses desde que a TVI começou a crescer e 4 meses desde que Cristina chegou, e a SIC ainda não apresentou nada de novo, uma manhã que é o programa da Cristina sem Cristina, um Olha o Baião que é um Baião sem Baião, um fim de semana com repetições, programas de domingo que são apáticos (embora do outro lado, animação também não seja o forte) ou seja, não há novidade e devia haver. Na minha opinião a SIC devia estar a reforçar-se em peso e sem medo da TVI, dando agora as respostas e não depois, afinal de contas é líder e cabe à SIC garantir essa posição.

Aquilo que assisto é um vazio de ideias e um abuso de especiais que não têm nada de especial, é uma estratégia de marketing válida e isso funciona, a SIC é líder, mas pode fazer mais, pode revolucionar-se, pode mostrar-se sem medos e ser ainda mais criativa. Não deve esperar pelas respostas da concorrência para fazer a sua programação e depois ir atrás do prejuízo.

Não digo que a SIC não tenha qualidade, tem e já o provou, mas devia agora prova-lo ainda mais, envés de andar a autopromover-se a a mandar bocas indiretas a quem quer que seja.

A televisão deve ser um brilho, mas acima de tudo, deve ser a curiosidade e a surpresa, as pessoas todos os dias têm que ser surpreendidas, não de televisões rotineiras e que arrastam os formatos só porque sim ou vai ganhando, gosto sim que ganhe porque tem qualidade e isto não digo da SIC, digo para todos.

Acabando este longo pensamento os números estão à vista, nem a saída da Cristina ia ser uma avalanche e destruir uma casa, nem a audiência se pode manter para sempre inabalável e a TVI que o diga. Quando a estação de Queluz viu perder o sucesso, não se deveu só a uma apresentadora, mas sim a tudo isto que acabei de descrever. Agora cabe a Paço de Arcos enfrentar-se a si próprio e mostrar o porquê de ser líder e dizer ao seu público que 2021 vai mexer ainda mais com eles. Olhando para os números é claro que um canal cresce de mês para mês e outro começa a entrar em velocidade cruzeiro.

Volto a dizer que não estou aqui para atacar ninguém nem para vestir a camisola do que for. Um bom ano a todos...