Desabafos da Vida

Samuel escreveu:Acabei de virar uma chávena de cá sobre o meu telemóvel. Resultado: aparentemente, não se afogou.  

Spoiler:

Samuel escreveu:Se estivermos ambos a falar de telemóveis, penso que não.

Magy escreveu:

Samuel escreveu:Se estivermos ambos a falar de telemóveis, penso que não.

Estaríamos a falar de quê se não isso?

Samuel escreveu:

Magy escreveu:

Samuel escreveu:Se estivermos ambos a falar de telemóveis, penso que não.

Estaríamos a falar de quê se não isso?

"A minha beleza", vindo de ti, pode significar muita coisa.

Carta aberta de um pai ao Dux que alega amnésia selectiva escreveu:[Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar este link]

Nossa escreveu:

A esta distância, provavelmente a quilómetros (ou então muito mais perto do que imagino), posso-te dizer que depois de ti... coisa nenhuma. Ninguém. Aliás, um só... mas esse não foi capaz e, afinal de contas, ninguém pode amar partes. É assim que me encontro: em partes, porque uma parte se foi e a outra ficou. A parte que se foi é aquela que mais te ama e não resistiu a uma ausência eterna. Continuar a viver depois da tua presença e da tua existência, tem sido um autêntico campo de batalha que o que mais desejo era que terminasse de uma só forma.

Aqueles dias de felicidade, em que simplesmente desfrutávamos da companhia um do outro, de uma companhia completamente inigualável, desapareceram de uma vida que, só por si, já era pobre. Nem as trovoadas e grandes ondas que se abatiam sobre nós eram impedimento de alguma coisa, eram afinal de contas uma oportunidade para nos iluminarmos e surfarmos por aquelas ondas gigantes que tantos estragos faziam. Tudo isso desapareceu.

Aqueles dias em que um cigarro nos acompanhava, em que simplesmente era esse o único intruso nesta relação que parecia eterna, desapareceram de uma vida que, só por si, já era pobre. O isqueiro escasseou de gás e o tabaco terminou. Será um sinal de que já não há chama e de que já não há nada para fumar deste cigarro... desta chama a que chamo paixão e deste cigarro a que chamo amor? Já não há cigarro, já não há fogo? O cigarro não acende, a chama não arde? Tudo isso desapareceu.

Aqueles dias em que as lágrimas se apoderavam de nós, em que simplesmente entregávamos o que mais de vulnerável tínhamos em nós, desapareceram de uma vida que, só por si, já era pobre. Já nem consigo expressar em lágrimas esta sensação que me incomoda, esta ausência que fizeste soltar em mim e que teimas em não prendê-la. Sinto um certo desgosto que já nem eu sei o que expressar... é a ausência do teu ombro e dos teus dedos a limparem os meus olhos molhados. Tudo isso desapareceu.

Aqueles dias de toque, de cheiro, de olhar e de prazer, em que simplesmente eu era teu e tu meu, desapareceram de uma vida que, só por si, já era pobre. Aquela sensação de te ter comigo, de seres meu, de me pertenceres. Aquela sensação de me entregar completamente a ti, de não te pedir nada em troca, de sentirmos os nossos corpos nos nossos braços, nas nossas mãos e nos nossos lábios. Tudo isso desapareceu.

Aqueles dias ao som de bandas sonoras, de palavras em cartas improvisadas e de trocas do que de melhor tínhamos, em que simplesmente nos rendíamos a esta paixão e a este amor que fracassou, desapareceram de uma vida que, só por si, já era pobre. Aquelas músicas que ainda hoje as oiço, como se a tua voz se tratasse... aquelas cartas que ainda hoje imagino, como se a tua voz se tratasse... aquelas trocas de mimos, de carinhos e de afectos, como se o teu toque se tratasse. Tudo isso desapareceu.

Aqueles dias em que apenas o dia e o sol, a noite e a lua, eram o nosso tempo, em que simplesmente desperdiçávamos o tempo da melhor forma possível, desapareceram de uma vida que, só por si, já era pobre. Esquecíamos tudo à nossa volta, éramos só tu e eu, éramos só nós. Os minutos e as horas perdiam importância e a única coisa que queríamos era que eles nem existissem, para o momento da despedida nunca chegar, para ficarmos mais uma daquelas noites iluminados ao luar, a ver quantas estrelas tinha o céu e à espera que uma estrela cadente selasse este amor. Tudo isso desapareceu.

Aqueles dias de passado, de presente e de futuro, em que simplesmente aceitávamos o passado um do outro e planeávamos um futuro a dois, desapareceram de uma vida que, só por si, já era pobre. Planos fracassados e não realizados, vida a dois não concretizada... apenas mais um fracasso numa vida, um amor perdido, corações quebrados, um acidente. Correu mal mas nem tudo correu mal. Se ainda sinto esta vontade incontrolável de te absorver em mim, algo correu bem. Mas esses planos, esse futuro... ai esse futuro. Tudo isso desapareceu.

Aqueles dias perdidos nesta loucura, nesta loucura que só nós entendíamos e vivíamos, em que simplesmente perdiamo-nos um no outro e vivíamos cada dia como se fosse o último, desapareceram de uma vida que, só por si, já era pobre. Que dias loucos eram aqueles, que fizemo-nos que esses dias já não são vividos, apenas recordados. Porque é que não voltamos atrás e revivemos tudo, contamos uma outra história, fazemos um outro guião, com as mesmas personagens, o mesmo amor, a mesma intensidade e a mesma paixão. Enfim. Tudo isso desapareceu.

Tudo isto é imaginação, tudo isto é realidade... será ou não será... certo ou errado... não sei. Apenas guardo o melhor. Aqueles dias ainda existem, só na minha memória e todos os dias os revivo. Mas tudo isso desapareceu, tudo isso se foi.

mctimes escreveu:Hoje, dia  18 de fevereiro celebra-se o "Dia Internacional da Síndrome de Asperger"