Desabafos da Vida

o que é lixado?

Porque a vida de quem nascei na segunda metade dos anos 80 vai ser pior da que a dos nossos pais e avós, que emigraram e viverem para o trabalho, sinto-me down, tão down... Que agora só penso em: Alguma vez irei conseguir? (pergunta utópica)
As coisas acontecem por alguma razão, mas a maior injustiça é saber que trabalho, que sou competente e que, hoje em dia, nem isso conta.
Fiquei sem emprego!

Isso é chato. \:
Mas não desamines, hás-de conseguir dar a volta por cima.

É mesmo chato.

Hás-de conseguir, clima.

Clima, pensa positivo. Isto é muito fácil de dizer, mas é não desistir, ir à luta e vais ver que daqui a nada encontras algo talvez melhor do que o que fazias. Força!

Olha, eu entendo se seja muito lixado, principalmente quando se sabe que se faz as coisas bem e se gosta do que se faz, mas pensa...tu ainda conseguiste mostrar do que és capaz, conseguiste superar o teu limite e surpreender-te contigo mesmo. Conseguiste emprego uma vez, duas vezes...hás-de conseguir pensamento positivo.

Não é que eu queira andar a puxar tristezas e dizer que a minha vida é pior do que a tua, mas eu nunca trabalhei e só recebo nãos. Mais lixada do que tu e a sentir-me mais inútil do que tu não deve ser assim tão impossível.
Tens de ver o lado bom da coisa. Experiência, por muito pouco emprego que exista, é mais valorizado que a falta dela. E tu vais conseguir outro. Ao menos sabes do que és capaz e do que gostas mesmo. Por isso, tens sempre mais razão para lutar.

Inês tens toda a razão do mundo. Não quero que vejam isto como vitimização da minha parte. É uma realidade aos olhos dos nossos dias... Esta fase má, péssima que eu e a Inês, a nossa geração, está a passar.

Somos (sem desmérito para ninguém) uma geração bem formada, onde os nossos pais deram o litro por nos conseguir conceder esta formação e nós nem dinheiro para sair de casa destes temos. Quanto mais para tentarmos formar uma família e dar aos nossos filhos algo assim.

Infelizmente somo uma geração sem futuro e não à rasca. Somo alguém que não vai ser ninguém, com ou sem experiência. Vamos ser bichinhos saltitantes, conseguindo trabalhos precários sem grandes condições.

Bem, estou a definhar e a dar uma de muito prejudicado, mas é desabafo mesmo, do momento...

Como dizia alguém: Amanhã será sempre melhor!

Aproveitando o tema de conversa... vocês pensam em seguir a vossa vida profissional fora de Portugal? Dado a falta de oportunidades no nosso país?   

Nossa escreveu:Aproveitando o tema de conversa... vocês pensam em seguir a vossa vida profissional fora de Portugal? Dado a falta de oportunidades no nosso país?   

Não, para ser escravo sou escravo no meu pais. Mesmo que ganhe mais, não teria uma vida além do trabalho.

Pois, a verdade é que o trabalho em Portugal nada se compara aos outros países europeus...

Sim Ema. Óbvio. No entanto, gostava de arranjar no meu país.

Neste momento tenho uma tese a encravar-me tudo. Já a fiz, mas as burocracias são eternas -.-. Até apresentar vou demorar.
E durante este tempo tenho pensado em muita coisa, muitas vias diferentes. Desde uma nova licenciatura até ir para fora definitivamente, sem plano ou emprego certo. Ainda não sei. :/

Não saiam de Portugal sem plano, casa, etc. É o pior que se pode fazer.

Como se faz quando os nossos avós já estão naquela fase que só sofrem e já não vivem?

  

Complicated! A minha avó também já está nessa fase.   

Pois. Eu tenho o avô, mas sendo a minha avó que está sempre ao lado dele posso dizer que tenho os dois. Ela também não está bem.
Todos os dias é um drama, todos os dias adormeço a pensar neles e no sofrimento que eles estão a passar. Dia sim, dia não lá vem o meu avô ao hospital, a minha avó não descansa, anda numa pilha, tem uma depressão em cima....enfim. Eu já tinha problemas, mas com isto as coisas começam a complicar e eu não sei o que fazer. É uma enorme angústia.

Acredito Inês. Às vezes o melhor para nós e mentalizarmo-nos para o pior, até porque há coisas na vida que são certas e das quais não podemos escapar. Se podemos adiar essas certezas? Sim, claro, mas é preciso muita luta.

Eu acho que preparado ninguém está. Mas o que me custa é ver sofrer. Porque eu se sofrer é comigo. No entanto, ver quem eu amo a sofrer corroí muito mais.

Claro Inês, não é algo que se possa controlar. :/

Inês S. escreveu:Pois. Eu tenho o avô, mas sendo a minha avó que está sempre ao lado dele posso dizer que tenho os dois. Ela também não está bem.
Todos os dias é um drama, todos os dias adormeço a pensar neles e no sofrimento que eles estão a passar. Dia sim, dia não lá vem o meu avô ao hospital, a minha avó não descansa, anda numa pilha, tem uma depressão em cima....enfim. Eu já tinha problemas, mas com isto as coisas começam a complicar e eu não sei o que fazer. É uma enorme angústia.

São fases na vida que custam horrores!! Mas tenta contrariar essas más energias, tenta "mimá-los" para que eles aproveitem o tempo que lhes resta, e agradecer por cada dia que os tens contigo como uma dádiva. E força. :-*

Sim. Tem de ser mesmo assim. Hoje passei por lá à tarde.   Ele quando vem do Hospital até parece bem, mas é sempre sol de pouca dura.

No entanto, tenho tentado não me abastecer desta energia negativa. A minha mãe também não anda nada bem com isto, e sendo ela um pouco negativa, eu tento sempre animá-la também um bocado. E tento não me focar nisso.

Inês S. escreveu:Sim. Tem de ser mesmo assim. Hoje passei por lá à tarde.   Ele quando vem do Hospital até parece bem, mas é sempre sol de pouca dura.

No entanto, tenho tentado não me abastecer desta energia negativa. A minha mãe também não anda nada bem com isto, e sendo ela um pouco negativa, eu tento sempre animá-la também um bocado. E tento não me focar nisso.

Pois, tem de ser!!!   

Força, tudo vai melhorar.

Inês S. escreveu:Como se faz quando os nossos avós já estão naquela fase que só sofrem e já não vivem?

  

No fim, ficam as coisas boas destes largos anos de sabedoria passada, daquela que não se aprendem nos livros nem nas cadeiras da escola

E de palavras feitas.

Tretas.

Não sabia, Inês. Desculpa então.
É que no meu caso ficou a sabedoria e momentos bem passados. Nada de tretas. Mas cada caso é um caso!