Desabafos da Vida

Então se era contabilista está tudo explicado!

Joni Milk escreveu:Então se era contabilista está tudo explicado!

Que engraçado! A verdade é que o senhor perdeu a sua familia, ficou completamente louco e eu disse roubar como exemplo das loucuras que fez.

Já escrevi duas vezes um texto para meter aqui, mas há sempre qualquer coisa que me faz perdê-lo. Há macumba aqui. Alguém não quer que me queixe.

Acho que à terceira é de vez.

Bem, eu venho aqui desabafar porque pode ser que me faça voltar o sono. Não tenho dormido nada, não só porque ando cansada do trabalho ou pela saúde do meu avô, mas também por causa de uma coisa que eu não lhe vejo o fim: a tese.  No final do ano, quando entreguei tudo e só faltaria saber a data de defesa, pensei que estes primeiros seis meses arrumasse tudo de uma vez por todas. Gostei muito do mestrado na sua parte prática e das cadeiras, mas a demora, minha e da universidade, fez com que eu ao fim de 2 anos saturasse de tudo. Hoje, o meu problema não são as correções, mas sim o sofrer por antecipação ao pensar no dia em que irei defender. Confesso que não pensava muito antes, talvez porque as coisas estavam mais frescas, mas quanto mais adiam para me dizer a data, mais eu stresso. Porque eu acho que não vou conseguir apresentar. É um tema que eu não estava nada envolvida, mas que mesmo assim adorei!, que não era da minha formação, mas mesmo assim esforcei-me por aprender, e que levou muito de mim, em termos emocionais, intelectuais e até financeiros. A saturação de querer acabar substituiu-se à sofridão de não saber se vou conseguir estar a altura.
Sei que tenho tempo para estudar, mas não me vejo com a mesma capacidade com que me via no início e há coisas que se perdem, queiramos quer não. E eu acho que não mereço nada disso.
Tento muitas das vezes me lembrar que há pessoas com vidas pior do que a minha, mas custa-me muito ver que nada do que planeie para a minha vida em 25 anos foi feito. Tenho imensa sorte em muita coisa básica, que alguns não têm, mas eu quero mais para mim. Como toda a gente quererá. E sinto que a minha felicidade está constantemente a ser colocada à prova. A vida não é justa, eu sei, mas eu só gostava que ela fosse compensatória.

Inês... Tu sabes como te compreendo... Não há muito para te dizer. Já passei por uma tese nesses moldes (mais ou menos - não esperei tanto tempo por defender, mas tive problemas com a orientadora, com o tema, com a satuaração).

Sabes também que disse NUNCA MAIS, mas meti-me noutra, e esta está a correr tão bem (claro que tens os bons e menos bons momentos), e este é um tema que não gostava tanto como o outro. Não tinhas trabalho e já passaste momentos menos bons, tenho a certeza. Há coisas na vida contra as quais não se pode lutar, é preciso a viver com elas (posso estar a ser cruel, mas é assim).

Acho que depois de dois anos tu não te esqueces do que tens na tese, apenas tens medo que isso aconteça, porque está tudo ai dentro. Diminui o medo. Já tens preparada a apresentação? Podias começar a fazer algo sobre isso.

A vida não é justa, eu sei, mas eu só gostava que ela fosse compensatória.

Também sinto isso, acho que vou sentir sempre, com quase 28 anos não consigo sair de casa dos pais. Nada me falta, é verdade, mas não tenho a minha vida e, o meu pai aos 27 anos foi pai, tinha trabalho fixo; o meu avô foi pai aos 27 anos e, apesar das dificuldades, tinha um bom trabalho. E eu? Ando de trabalho em trabalho, nada fixo e sem estabilidade financeira e emocional para, pelo menos, ter a minha vida sozinho, seguir um rumo meu.

Infelizmente não somos a Geração Rasca, somos um Geração sem Futuro, ninguém vai ser tão bom como nós a nível académico, isso tenho a certeza. Mas, ao nosso jeito lutamos, e vamos continuar a lutar, tu vais fazer isso, e eu também!

Força nas canetas!

Inês S. escreveu:
Tento muitas das vezes me lembrar que há pessoas com vidas pior do que a minha, mas custa-me muito ver que nada do que planeie para a minha vida em 25 anos foi feito. Tenho imensa sorte em muita coisa básica, que alguns não têm, mas eu quero mais para mim. Como toda a gente quererá. E sinto que a minha felicidade está constantemente a ser colocada à prova. A vida não é justa, eu sei, mas eu só gostava que ela fosse compensatória.

sinto isto tantas vezes... não me posso queixar da vida no geral, em termos de necessidades básicas, mas quero muito mais para mim do que esta vidinha de casa-trabalho-trabalho-casa, e já tenho 28 anos e não vejo forma das coisas mudarem. o meu maior sonho é viajar e conhecer o mundo, às vezes apetece-me desistir de tudo, pegar nas poupanças que consegui juntar (pouquíssimo) e ir-me embora enquanto desse, mas depois quando voltasse ia viver de quê? vou aguentando o trabalho que detesto só com o objectivo de ir juntando dinheiro para viajar, mas agora o meu namorado arranjou emprego e não vai ter férias quando eu tenho e nem companhia tenho para ir, uma viagem que andava a planear há quase um ano, estou mesmo desanimada

no outro dia li um artigo no buzzfeed que gostei bastante Inês, deixo aqui o link: [Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar este link]

vê lá que eu quando tive de apresentar a minha tese de mestrado só descobri no dia anterior a data que me tinham marcado, tive um dia para preparar tudo e nem era um assunto que me interessasse ou que eu estivesse muito a par, mas fez-se, vai correr tudo bem!

Inês,  acho que antes demais devias procurar ajuda para resolver os teus problemas de insónia e de ansiedade,  principalmente na altura em que fores apresentar. 

Quanto ao resto,  é normal que te sintas desanimada,  mas tens que te manter uma restia de esperança para o futuro,  pois melhores dias virão certamente.
Nem sempre as coisas são como esperavamos,  mas passa por nós fazer um esforço para contrariá-las,  mesmo quando tudo parece estar contra nós. 

Vais ver quando fizeres a apresentação e tiveres menos esse peso na cabeça,  as coisas vao começar a melhorar.  Força nisso.

Inês, tem calma. A espera pode ser muito saturante, mas se gostaste do tema da tese, se deste tudo de ti, não há motivo para achares que vai correr mal. Tenta não pensar muito nisso por agora, distrai-te com coisas de que gostes, dá uns passeios, descontrai...

Acho que muito poucas pessoas têm a vida que desejavam, infelizmente. Mas tens de pensar que as coisas vão melhorar, traçar novos objectivos... e não stressar tanto. Isso não ajuda nada, só piora.

Inês, o segredo acho que é mesmo esse: tentares equilibrar o stress com outras atividades que te deem imenso prazer. Eu acho que essas atividades devem ser essencialmente ao ar livre ou com uma componente social, como forma de recuperar energias... mas há quem prefira ficar por casa a ver um filme ou uma série, a cozinhar, a surfar na internet (coisas do qual não sou muito apologista para aliviar o stress).

E acredita em ti. Eu também acredito, acredito que és uma pessoa especial. Precisas de algum rumo, mas o rumo descobre-se aos poucos. E aos poucos também vamos vencendo. A conjuntura também não é a melhor... porque apenas os melhores (ou os que têm cunhas) saem a ganhar. E eu acredito que estás na categoria de "os melhores". Alguém descobrirá isso.

Eu também ando numa fase de muito stress, com muitos objetivos e planos... e sonhos, essencialmente sonhos! E o que eu costumo dizer para mim mesmo é: Foco, Força e Determinação! E para quem é religioso, a Fé também ajuda! Isto tanto se aplica aos nossos sonhos, como aos nossos objetivos e aos nossos planos.

Beijinhos e qualquer coisa fala comigo! Não percebo nada de teses nem de mestrados (por enquanto), mas tentarei ajudar-te dentro do que eu conseguir! ***

Nossa escreveu:Inês, o segredo acho que é mesmo esse: tentares equilibrar o stress com outras atividades que te deem imenso prazer. Eu acho que essas atividades devem ser essencialmente ao ar livre ou com uma componente social, como forma de recuperar energias... mas há quem prefira ficar por casa a ver um filme ou uma série, a cozinhar, a surfar na internet (coisas do qual não sou muito apologista para aliviar o stress).

E acredita em ti. Eu também acredito, acredito que és uma pessoa especial. Precisas de algum rumo, mas o rumo descobre-se aos poucos. E aos poucos também vamos vencendo. A conjuntura também não é a melhor... porque apenas os melhores (ou os que têm cunhas) saem a ganhar. E eu acredito que estás na categoria de "os melhores". Alguém descobrirá isso.

Eu também ando numa fase de muito stress, com muitos objetivos e planos... e sonhos, essencialmente sonhos! E o que eu costumo dizer para mim mesmo é: Foco, Força e Determinação! E para quem é religioso, a Fé também ajuda! Isto tanto se aplica aos nossos sonhos, como aos nossos objetivos e aos nossos planos.

Beijinhos e qualquer coisa fala comigo! Não percebo nada de teses nem de mestrados (por enquanto), mas tentarei ajudar-te dentro do que eu conseguir

Concordo contigo em absoluto! Acho que é mesmo esse o grande desafio da vida: saber equilibrar os pesos do stress e do prazer, de modo a que se anulem, porque em excesso também fazem mal.
E sim, cada um tem a suas potencialidades. Qualquer dia, alguém te dará funções para as quais tu já estás preparada. Só os melhores e as cunhas vingam neste mundo, mas esta segunda situação é desprezível. As pessoas devem ter garra e força para prosseguir, avançar, para derrubar barreiras que não aparentam acabar. É mesmo assim! Temos de nos manter confiantes em nós próprios, porque se não, muita gente nos recalca, porque este mundo não está para brincadeiras.
A tese tu consegues, se não acreditares em ti, Inês, quem mais irá fazê-lo? Às vezes, até os próprios pais não acreditam nas capacidades dos filhos, quanto mais outras pessoas... Pode haver, é certo, mas só as há se tu próprio conseguires crer!
Quanto aos sonhos e ideiais de vida, eu acredito que um dia eles se concretizem, é um processo demorado, mas da vida fazemo-la nós. Temos de aproveitá-la, porque ninguém sabe o qu virá depois da vida, outro mundo, ilusões, reencarnação? Enquanto somos e estamos aqui, tendo mais pessoas com que sociabilizar, temos de aproveitar. Todos nós fazemos o Mundo, tal e qual como ele é, e se existem estes obstáculos, devemos enfrentá-los.

Concordo com o que foi aqui dito. E também não sou muito bom nas palavras mas... força Inês!!!

Nuno escreveu:Concordo com o que foi aqui dito. E também não sou muito bom nas palavras mas... força Inês!!!

Acreditamos em ti

Bom, não é muito normal eu comentar aqui (e nem no fórum, às vezes) mas hoje senti mesmo uma grande vontade de falar. Como não tenho qualquer rede social e já não sei com mais desabafar, vou fazê-lo aqui.
Basicamente este último ano tem sido uma bela bosta. Eu estou em Ciências, mas só agora é que me apercebi que a área não tem nada a ver comigo. Eu sei que é perfeitamente normal aperceber-nos destes pormenores com o tempo, até porque quando escolhemos as áreas ainda não temos bem noção das coisas, mas ainda assim sinto-me muito mal. Eu já desisti de estudar este ano, porque simplesmente já não aguentava mais. Eu estava nas aulas e tinha ataques de ansiedade, com o facto da matéria me dar a volta à cabeça. Ciências é difícil. É provavelmente o curso mais difícil dos principais, mas isso nunca me impediu de tirar notas aceitáveis, pelo menos para mim. O problema foi que vim para este curso sem qualquer objetivos, entrei por gostar das disciplinas, e por ter grande indecisão na época, porque eu sou aquele tipo de pessoa que se tem de escolher alguma coisa, escolhe sempre a errada. Pensava que ciência podia dar mais oportunidades no futuro (e é verdade, dá) mas acho que não serve de nada se não nos identificarmos com aquilo. Tenho muita pena ter demorado tanto tempo a perceber, mas enfim.
Agora, o que mais me assusta, é ter de voltar ao princípio de tudo. Vou ter menos disciplinas, uma vez que já fiz a grande parte, mas fico sempre com aquele receio de não vir a gostar, tal como aconteceu. É horrível viver com medo do futuro, e isso assombra-me já há imenso tempo. Sinto que qualquer escolha que eu tome agora irá, de certa maneira, influenciar toda a minha vida e isso deita-me completamente abaixo. Provavelmente estou errado e a fazer uma grande novela na minha cabeça, mas por mais que me digam o contrário, este tipo de pensamentos não saem da minha cabeça. Sempre me disseram que o curso que eu escolhi não tinha muito a ver comigo. E é verdade, não tem, mas ao início aquele era eu. Eu gostava daquelas porcarias. Mas, de um momento para outro, perdi a motivação. Este último ano senti-me um pouco mais excluído da turma, também. Não sou uma pessoa muito sociável, pelo menos naquela escola. Tenho os meus amigos e acho que são muito bons, portanto isso não me incomoda muito, no entanto, num sítio em que nos sentimos perdidos, estarmos excluídos não ajuda a nada.
Outro problema é a minha família. Entrei nesta área para provar que conseguia e que podia tirar altas notas mesmo num curso mais complicado (não desfazendo os outros, porque todos são igualmente complicados, embora acho que Ciências sejam mais exaustivo; pelo menos é a ideia que tenho). Foi um erro. Agora levo com muitas bocas do tipo "eu avisei-te" e da pressão sobre escolher a nova área e tomar mais decisões e é aqui que está o meu principal problema: voltar a escolher. Tenho a certeza que vou dar mais um tiro no pé e eu já estou cansado disso. Não tenho paciência para nada e a maioria das pessoas já não me compreende. Sinto que mudei demasiado num ano... Não penso que isso seja mau, mas afasta aqueles que gostavam de nós daquela maneira (apesar dos amigos ficarem). Sinto um enorme vazio dentro de mim e às vezes acordo a chorar, sem vontade de viver. É um tema tão estúpido, mas que dá cabo de mim. Não penso em desistir, porque não sou assim. Acho que a vida não pode ser só isto. Acho que tem de haver mais, porque as preocupações são muitas. "A vida é feliz", dizem alguns. Não. A vida não é feliz, a vida é feita de momentos felizes, que na minha vida têm sido muito poucos, nestes últimos tempos. Acho que não fiz nada para merecer isto e sei que existem milhares de pessoas a sentirem-se como eu ou até com problemas maiores, mas acho que cada um tem os seus problemas e acho que eles não deviam ser desvalorizados, porque é o que têm vindo a fazer comigo. Desvalorizar o que digo; o que faço; o que penso. E não há nada mais saturante.
Enfim, não sei o que fazer e tenho medo de voltar a enganar-me a mim mesmo. Só queria que houvesse algo que me indicasse o caminho, porque eu sinto-me totalmente perdido.
Peço desculpa pelo desabafo, mas precisava de dizer isto. Não sou pessoa de desabafar com quase ninguém, mas todos nós temos por vezes essa necessidade.

Não sei como te irei confortar mas eu olho a vida numa tremenda brincadeira, um mistério a ser vivido de uma forma divertida e sem problema e vendo sempre o lado positivo. Esquece tudo o que está para trás e recomeça tudo de novo amanhã. Sim, amanhã é o primeiro dia do resto da tua vida e vais ver que a partir daí tudo vai fluir normalmente. Repões as ideias e fazes da tua vida o que bem entenderes. A tua felicidade depende de ti não dos outros. Se achas que mudar de área vai fazerte feliz então força. Um pequeno gesto agora modificará o teu futuro e eu sei que vais tomar a decisão certa. Eu sou jovem e compreendote.

Aleex escreveu:Bom, não é muito normal eu comentar aqui (e nem no fórum, às vezes) mas hoje senti mesmo uma grande vontade de falar. Como não tenho qualquer rede social e já não sei com mais desabafar, vou fazê-lo aqui.
Basicamente este último ano tem sido uma bela bosta. Eu estou em Ciências, mas só agora é que me apercebi que a área não tem nada a ver comigo. Eu sei que é perfeitamente normal aperceber-nos destes pormenores com o tempo, até porque quando escolhemos as áreas ainda não temos bem noção das coisas, mas ainda assim sinto-me muito mal. Eu já desisti de estudar este ano, porque simplesmente já não aguentava mais. Eu estava nas aulas e tinha ataques de ansiedade, com o facto da matéria me dar a volta à cabeça. Ciências é difícil. É provavelmente o curso mais difícil dos principais, mas isso nunca me impediu de tirar notas aceitáveis, pelo menos para mim. O problema foi que vim para este curso sem qualquer objetivos, entrei por gostar das disciplinas, e por ter grande indecisão na época, porque eu sou aquele tipo de pessoa que se tem de escolher alguma coisa, escolhe sempre a errada. Pensava que ciência podia dar mais oportunidades no futuro (e é verdade, dá) mas acho que não serve de nada se não nos identificarmos com aquilo. Tenho muita pena ter demorado tanto tempo a perceber, mas enfim.
Agora, o que mais me assusta, é ter de voltar ao princípio de tudo. Vou ter menos disciplinas, uma vez que já fiz a grande parte, mas fico sempre com aquele receio de não vir a gostar, tal como aconteceu. É horrível viver com medo do futuro, e isso assombra-me já há imenso tempo. Sinto que qualquer escolha que eu tome agora irá, de certa maneira, influenciar toda a minha vida e isso deita-me completamente abaixo. Provavelmente estou errado e a fazer uma grande novela na minha cabeça, mas por mais que me digam o contrário, este tipo de pensamentos não saem da minha cabeça. Sempre me disseram que o curso que eu escolhi não tinha muito a ver comigo. E é verdade, não tem, mas ao início aquele era eu. Eu gostava daquelas porcarias. Mas, de um momento para outro, perdi a motivação. Este último ano senti-me um pouco mais excluído da turma, também. Não sou uma pessoa muito sociável, pelo menos naquela escola. Tenho os meus amigos e acho que são muito bons, portanto isso não me incomoda muito, no entanto, num sítio em que nos sentimos perdidos, estarmos excluídos não ajuda a nada.
Outro problema é a minha família. Entrei nesta área para provar que conseguia e que podia tirar altas notas mesmo num curso mais complicado (não desfazendo os outros, porque todos são igualmente complicados, embora acho que Ciências sejam mais exaustivo; pelo menos é a ideia que tenho). Foi um erro. Agora levo com muitas bocas do tipo "eu avisei-te" e da pressão sobre escolher a nova área e tomar mais decisões e é aqui que está o meu principal problema: voltar a escolher. Tenho a certeza que vou dar mais um tiro no pé e eu já estou cansado disso. Não tenho paciência para nada e a maioria das pessoas já não me compreende. Sinto que mudei demasiado num ano... Não penso que isso seja mau, mas afasta aqueles que gostavam de nós daquela maneira (apesar dos amigos ficarem). Sinto um enorme vazio dentro de mim e às vezes acordo a chorar, sem vontade de viver. É um tema tão estúpido, mas que dá cabo de mim. Não penso em desistir, porque não sou assim. Acho que a vida não pode ser só isto. Acho que tem de haver mais, porque as preocupações são muitas. "A vida é feliz", dizem alguns. Não. A vida não é feliz, a vida é feita de momentos felizes, que na minha vida têm sido muito poucos, nestes últimos tempos. Acho que não fiz nada para merecer isto e sei que existem milhares de pessoas a sentirem-se como eu ou até com problemas maiores, mas acho que cada um tem os seus problemas e acho que eles não deviam ser desvalorizados, porque é o que têm vindo a fazer comigo. Desvalorizar o que digo; o que faço; o que penso. E não há nada mais saturante.
Enfim, não sei o que fazer e tenho medo de voltar a enganar-me a mim mesmo. Só queria que houvesse algo que me indicasse o caminho, porque eu sinto-me totalmente perdido.
Peço desculpa pelo desabafo, mas precisava de dizer isto. Não sou pessoa de desabafar com quase ninguém, mas todos nós temos por vezes essa necessidade.

Eu tb tive momentos desses, no secundário, de pensar o que estava a fazer naquele curso se a matemática A me fazia comichão, a minha turma não ajudava em nada, era uma MERDA, toda a gente a tirar 18 e 19's a matemática, e com aquela atitude 'que se caguem os outros, o que interessa é eu entrar num curso superior que me dê emprego, a minha turma dava mais importância às notas que às atitudes, e não faziam um esforço para me compreender (e  vice-versa), sentia-me sozinho, desamparado, a remar contra a maré mas a afogar-me cada vez mais, perdia vontade de comer (emagreci aí uns 5 quilos durante esse tempo), só queria chorar, partir coisas, e desaparecer, daí ter feito coisas que me arrependo como cortar pulsos, tomar caixas inteiras de comprimidos para me matar (quem participou no SSZ lembrar-se-á que era esse o meu segredo), tentar pegar fogo ao meu quarto (comigo lá dentro). Eu tb nunca tive uma vida fácil, sempre fui o "estranho", o "calado", o "deficiente mental" (sim, o meu pai achava que eu tinha um atraso mental), fui vítima de bullying por parte do meu pai em grande parte da minha vida, daí ter desenvolvido distúrbios alimentares que levaram aquela perda repentina de peso na adolescência (aquela fase em que a aparência começa a preocupar, pelo menos no meu caso), resultando num cocktail explosivo que levou a um quase internamento num institituto psiquiátrico, porque estava a tornar-me num perigo para mim e para os outros. Quando não estamos seguros das nossas escolhas e de nós mesmos, tomar decisões torna-se numa coisa que causa um grande sofrimento, tu só queres que ele acabe, eu percebo-te, mas o suícidio não é solução, procura um psicólogo, pede uma consulta de aconselhamento profissional, de forma a conseguires encontrar algo que realmente gostes. Concordo quando dizes que a vida não é feliz, mas sim feita de momentos de felicidade, por vezes demasiado efémeros. FORÇA! CORAGEM!

Revi-me tanto mas tanto com o post do Aleex.
Só posso dizer para teres coragem e não virares costas à vida, é o que estou a fazer de momento.

Pedrosic escreveu: Revi-me tanto mas tanto com o post do Aleex.
Só posso dizer para teres coragem e não virares costas à vida, é o que estou a fazer de momento.

Pedro, ninguém sabe nada da tua vida, e tu já vais sabendo algo da dos outros. xD
Se tens coisas que precisas de desabafar, podes falar aqui ou por MP, quando te sentires à vontade para isso, claro.
Já se passou tanto tempo desde que toda a gente achava que tu não passavas de um fanático pela SIC que só via isso à frente.
Tenho a certeza que as pessoas iam gostar de ler o teu testemunho, mais não seja para te conhecer melhor.

Obrigada queridos.

Obrigada Nelson. Obrigada Marie. Sim, eu tenho tentado desanuviar com coisas que goste, porque mesmo o trabalho é muito desgastante e saturante. E, por isso, tenho tentado usar o tempo livre para ser livre mesmo. Nada de pensar em coisas que me stressam. Mas é complicado. Acima de tudo sou muito perfeccionista comigo e sinto o peso da responsabilidade. Mais do que devia.
:/

climatico escreveu:

Acho que depois de dois anos tu não te esqueces do que tens na tese, apenas tens medo que isso aconteça, porque está tudo ai dentro. Diminui o medo. Já tens preparada a apresentação? Podias começar a fazer algo sobre isso.

Ainda não preparei. Porque tenho de pegar em tudo novamente. E só de pensar nisso dá-me náuseas. É tanta coisa. Mas este fim-de-semana vou pegar. Talvez o facto de andar a arrastar sem saber bem quando é e andar a sofrer por antecipação, sem ter pegado nas coisas com calma, não me tenha ajudado. Espero que ao pegar nelas acalme mais e me sinta mais confiante.

Obrigada Zé. Eu sei que a tua foi difícil, mas por serem difíceis é que acho que não é justo que não compensem no fim. E é isso que tenho medo. Sei que consegui sempre fazer tudo até hoje, superar algumas expectativas e numa pensaria estar a trabalhar no que estou, por exemplo (porque acho que nem tenho grande perfil!). Mas também eu mato-me a fazer as coisas e no fim parece que nada valeu muito a pena. É a estrelinha. Alguns têm, outros andam uma vida inteira atrás dela. Eu gosto de coisas que dão luta, eu se for preciso queixo-me, mas faço as coisas na boa, só que gostava de ver mais do meu trabalho no fim. Só isso.

stantans escreveu:

no outro dia li um artigo no buzzfeed que gostei bastante Inês, deixo aqui o link: [Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar este link]

vê lá que eu quando tive de apresentar a minha tese de mestrado só descobri no dia anterior a data que me tinham marcado, tive um dia para preparar tudo e nem era um assunto que me interessasse ou que eu estivesse muito a par, mas fez-se, vai correr tudo bem!

Viajar também é algo que quero muito fazer. Neste momento ando a guardar dinheiro para um futuro. Nunca se sabe, mas enquanto puder irei sempre. Acho que a melhor coisa que podemos sentir, numa cidade estranha, é a liberdade. É absolutamente de tirar o fôlego. Eu sinto isso. Adoro sentir isso.

Obrigada pelo apoio, Tânia.

Nossa escreveu:
E acredita em ti. Eu também acredito, acredito que és uma pessoa especial. Precisas de algum rumo, mas o rumo descobre-se aos poucos. E aos poucos também vamos vencendo. A conjuntura também não é a melhor... porque apenas os melhores (ou os que têm cunhas) saem a ganhar. E eu acredito que estás na categoria de "os melhores". Alguém descobrirá isso.

Eu também ando numa fase de muito stress, com muitos objetivos e planos... e sonhos, essencialmente sonhos! E o que eu costumo dizer para mim mesmo é: Foco, Força e Determinação! E para quem é religioso, a Fé também ajuda! Isto tanto se aplica aos nossos sonhos, como aos nossos objetivos e aos nossos planos.

Essa cena do rumo, eu preciso mesmo. Tento agarrar-me ao que sempre me identifiquei como sendo feita para, mas parece que isso não segue o rumo natural que devia. Não tenho medo de apostar, mas confesso que mesmo se apostasse não saberia em quê. O meu problema foi sempre gostar de muita coisa.
Foco, sim. Muito foco.

Obrigada querido. (sabes que estás no meu forever)

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Alex, sabes que muita gente gostaria de voltar a chance que tu tens. Saíste de Ciências e não te identificaste, alguns nunca tiveram os tomates para isso sequer!! Vais dar um melhor profissional e uma melhor pessoa se estiveres em algo que gostes e te identifiques. Por vezes temos de dar dois passos para trás, para podermos dar trÊs para a frente. E é isso que estás a fazer.
Quanto ao que os outros dizem (mesmo que seja família!), eu revejo muito o que o meu irmão passou. Ele era muito criticado em tudo o que fazia e hoje está a acabar o curso dele. Ninguém achava que ele sequer entrava, ninguém acreditava. Eu confesso que sim e que aquilo que mais invejo nele é a fé que ele tem nele. A determinação. E até me emocionei este fim-de-semana a escrever a fita dele.

Acima de tudo, nós temos de acreditar em nós. E é isso que mais me deita abaixo, na vida.

Aleex, revejo-me na tua história no sentido em que também não escolhi a área que queria, mas no meu caso foi porque a área que queria não teve sequer alunos suficientes para abrir na minha escola (é o que dá viver num subúrbio que mais parece uma área rural LOL). Assim sendo, tive que me matricular na área que mais se "aproximava" daquilo que eu queria, uma vez que a única alternativa era para ir para Lisboa todos os dias de comboio e isso seria demasiado exaustivo para mim.

Também não tive muitos amigos na escola secundária, mas sabes que mais? Poucas são as pessoas que vais voltar a encontrar na tua vida. Toda a gente segue o seu precurso, todos crescem, todos mudam um pouco (ou muito) consoante a maturidade que vão adquirindo com o tempo, alguns deles nem os vais reconhecer se te cruzares com eles na rua LOLOL. A vida é assim mesmo.

Outra coisa, tens a certeza que é mesmo necessário fazeres essa mudança de área? Eu próprio cheguei a temer que estar na área errada pudesse impedir a inscrição no curso que queria, mas esse medo acabou por se revelar infundado quando me informaram que bastava fazer o exame de Inglês para ingressar no mesmo. Existem muitas opções de cursos que podes seguir e alguns pedem apenas exames de cadeiras comuns a todas as áreas, como Português ou Inglês, por exemplo. Não fiques já demasiado preocupado com que vem a seguir e pensa no que é melhor para ti neste momento. Tudo tem o seu tempo, isso foi algo que eu aprendi quando tinha a tua idade. As coisas não podem acontecer nem cedo demais nem tarde demais, acontecem quando têm que acontecer e não há nada que possamos fazer contra isso. Posso-te é dar uma certeza, as coisas melhoram depois de saíres da escola, pois ganhas uma liberdade que nunca tiveste quando era apenas um "miúdo da escola" sob a guarda dos pais. 

Força aí e não te vás abaixo!

As pessoas assustam-me sempre que falam em tese de mestrado. Eu vou ter que fazer a minha para o ano. ME-DO

preciso de ajuda, digam-me o que devo fazer para superar um amor não correspondido estou assim há meses e já cheguei ao ponto de andar a pesquisar páginas de auto-ajuda na net lol... racionalmente eu sei que me devia afastar da pessoa, sei que ele não é assim tão espetacular como eu penso, sei que tenho de ter mais auto-estima e pensar que se ele não quer paciência e ele é que perde, mas o meu coração não vai por aquilo que eu penso e só tenho vontade de chorar ainda por cima tenho que o ver todos os dias (no trabalho), por mais que saiba que tenho de me afastar não consigo evitar sentar-me ao lado dele e a minha disposição do dia depende da maneira como ele me trata, odeio isto. há dias em que ele me dá esperança e parece que gosta de mim e outros em que parece que não me liga nenhuma. tenho vontade de lhe dizer o que sinto, acho que se soubesse que não mesmo ia ser mais fácil para mim do que estar neste vai não vai, mas não tenho coragem, principalmente porque ia ter de o continuar a ver todos os dias e ia morrer de vergonha.

alguém já passou por isto e tem alguma dica para me dar?

stantans escreveu:preciso de ajuda, digam-me o que devo fazer para superar um amor não correspondido estou assim há meses e já cheguei ao ponto de andar a pesquisar páginas de auto-ajuda na net lol... racionalmente eu sei que me devia afastar da pessoa, sei que ele não é assim tão espetacular como eu penso, sei que tenho de ter mais auto-estima e pensar que se ele não quer paciência e ele é que perde, mas o meu coração não vai por aquilo que eu penso e só tenho vontade de chorar ainda por cima tenho que o ver todos os dias (no trabalho), por mais que saiba que tenho de me afastar não consigo evitar sentar-me ao lado dele e a minha disposição do dia depende da maneira como ele me trata, odeio isto. há dias em que ele me dá esperança e parece que gosta de mim e outros em que parece que não me liga nenhuma. tenho vontade de lhe dizer o que sinto, acho que se soubesse que não mesmo ia ser mais fácil para mim do que estar neste vai não vai, mas não tenho coragem, principalmente porque ia ter de o continuar a ver todos os dias e ia morrer de vergonha.

alguém já passou por isto e tem alguma dica para me dar?

Uma mulher do Norte não sofre amores não correspondidos :p

stantans, estou mais ou menos na mesma situação em relação a uma pessoa. A diferença é que quase não a vejo/pouco falamos e, por isso, ainda não cheguei a esse nível (e espero não chegar). Ah, e a cuja dita está numa 'relação à distância'. Há dias em que está tudo bem, mas há outros em que me sinto estúpido por estar a perder tempo da minha vida com isto. Ao contrário de ti, não a vejo todos os dias, o que melhora/piora a situação (depende do ponto de vista).

Achas que existe a possibilidade de terem alguma coisa? Ele é comprometido? Têm conversas descontraídas? Já contaste isso a alguém? Como é a relação dele com os colegas, é igual à relação que tem contigo?

Não te posso dizer se deves seguir ou não em frente porque não conheço o tipo, mas enquanto estás no vai-ou-não-vai, aconselho-te a fazer duas coisas:

- fala e diverte-te o máximo que puderes com os teus outros amigos/colegas, afinal eles já lá estavam antes dessa tua paixoneta e continuam a lá estar.

- arranja um passatempo novo qualquer (novo desporto, ver uma série nova, etc) que te agarre e que te ocupe a cabeça. Daqueles que te faça feliz, por mais pequenino que seja.

Boa sorte com isso.

Eu já vivi algo do género e penso estar prestes a vivê-lo de novo. Da minha (pouca) experiência, penso que se já tens uma certa ligação com a pessoa, o melhor é dizeres-lhe o que sentes para tudo ficar "em pratos limpos". Assim saberás com certeza se ele sente o mesmo por ti. Se não sentir, pelo menos ficas a sabê-lo e não dás aso à imaginação, que nos casos em que não sabemos se o sentimento é recíproco ou não, só nos alimenta a ilusão. Lança-te e logo verás. Penso que tens mais a ganhar do que a perder. Boa sorte!